terça-feira, 9 de agosto de 2011

A arte da percepção.

Passeando pelo roseiral de cores variadas, ela ficou lisonjeada com o esplêndido charme do lugar, e andou por entre os canteiros passeando primeiro pelas rosas lilás, mas a frente pelas rosas brancas, as quais exalavam um perfume digno de tanta beleza e ela foi se deslocando incansavelmente, a procura do canteiro onde estariam plantadas em sua exuberância as rosas vermelhas, que tanto a paralisavam. Contudo não mais estava tão contente em vê-las porque pareciam estar todas fechadas, resumidas ainda a pequenos botões. 
Mas a sua ansiedade em apreciar as vermelhas ainda a faziam prosseguir. Depois de passar por tantas cores avistou o vasto vermelho e logo frustrou-se ao ver que o canteiro se enfeitava, como os outros, por botões. Ela foi embora, desapontada. 
" O que passou despercebido foi que dentre a numerosa e aparente idêntica plantação havia uma bela rosa vermelha desabrochada em meio aos tantos botões.


De tudo o que é grandioso, admirável é o pequeno, o detalhe. Detalhes são o que fazem os grandes e melhores momentos. O todo de algo (seja ele qual for) é bem simples de se notar, porém um detalhe mínimo em meio a esse todo quase sempre é atropelado pelos olhares mais dispersos, estes se preocupam na maioria das vezes em elogiar superficialmente o inteiro, simplesmente na preocupação de mostrar percepção aquilo que na realidade não percebeu.
É um tanto quanto estranho dizer que o "total", o "inteiro", não é admirável mas sim as minúcias, quando escrevi reciprocamente que os grandes momentos são a soma de todos os detalhes. Assim sendo, a soma deveria ser também digna de admiração, contudo me parece que esta junção faz camuflar o brilho de cada parte da soma, fazendo com que cada uma delas se tornem uma só: com as mesmas características, com os mesmos pontos de atração, com o mesmo motivo de contemplação.
Não há minúcia tão pequena, que se reduza a grande insignificância de um "inteiro" composto por detalhes não notados.

by: Any'

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