domingo, 27 de junho de 2010

Relógios Gananciosos ~

O relógio está paralisado há mais de um dia,
Parece não ter horas para funcionar
Deve ter um pacto com a minha agonia
Sei que a sua intenção não é me agradar

Tente entender, algo completa você
Talvez seus ponteiros
E quanto giram ligeiros 
Se afaste deles, e não irão se mover!

A verdade, 
É que tenho tanta vontade
De me livrar dessa enorme saudade
Trazer ao coração aquela liberdade
De palpitar mais forte, de agradecer sua sorte.

Tente entender, algo faz parte de mim
E quanta monotonia
Distante dessa minha alegria
Não quero me sentir assim!

Relógios, ainda saberão o que é saudade
E não terão tempo de dizer nem se quer 
TIC - TAC
Cada minuto terá apenas um segundo
E nada me afastará por tanto tempo do meu mundo!

by: Any'

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cheia de Vazio =x

   Ás vezes ela tem a vontade de embarcar naquela máquina vermelha, com pequenas janelas e relógio fixo no teto, que gira num sentido anti-horário. Não enjoou de toda essa coisa de presente, apenas se sente em um rio daqueles que formam redemoinhos e te puxam para dentro. Sente-se em meio ao rio que se fez seu corpo, e como se seus pensamentos sobre um próximo passado fossem o redemoinho que a puxam para o centro. 
   Não que ela ache que vai ser legal quando o teletransporte embarcar para ver pelas pequenas janelas as imagens passeando rapidamente ao seu redor, pois estaria passando batido, olhando a situação e caminhando por cima dela, como fez antes de embarcar.   Saber caminhar sobre águas é uma dádiva divina, e ela jamais será uma divindade; deveria ter percebido que não saberia fazer isso dês de o princípio. 
   Sentiu o primeiro movimento sob seus pés, e logo começaram a transcender pelas janelas reflexos bem mais coloridos. De tempos onde era tudo tão fácil, espontâneo. Onde não havia nenhuma complexidade e sorrisos, apertos de mãos e abraços bastavam. Eram o mínimo necessário para fazer com que a música prosseguisse com sua melodia sempre agradável, cheia de vida. O mínimo necessário para que ela alterasse sua frequência lenta, para algo completamente dançante e vibrante. 
   Mas o último bac se deu dentre as cores desconcertantes do regresso e o relógio girou no sentido contrário. Ela, agonizada, bate á porta procurando um meio de saída, algum botão daqueles que manipulam tudo e fazem parar. Tem que haver um meio de descer! Uma chance de passar por tudo, como se cada parte desse tudo, fosse a última vez, sem ter deixado que queixas participassem de momentos onde não as cabiam. Infelizmente não pôde fazer nada, a não ser passear ali por perto, na vontade de trazer o surreal para o real, ver toda aquela cor, escutar toda aquela melodia sem nem conseguir vestir as cores e nem mesmo afinar as cordas do instrumento antes que fosse tocado.  
Só lhe resta mergulhar no rio e deixar-se ser abduzida pelo redemoinho, sabe-se lá para qual direção.

by:any'